Pré-sal vai receber investimentos da ordem de R$1,8 trilhão
22 de novembro de 2018Representantes da MEC SHOW participam do lançamento do Anuário da Indústria do Petróleo
29 de janeiro de 2019PLATAFORMA DE PETRÓLEO: estatal prevê investimentos de R$ 16 bilhões no Espírito Santo até 2023
A estatal aumentou em R$ 6 bilhões o valor previsto em seu último plano, o que fará surgirem vagas em toda a cadeia petrolífera
Com os investimentos de R$ 16 bilhões da Petrobras no Espírito Santo, 1.200 novas vagas de emprego serão criadas no Estado nos próximos quatro anos. O valor estimado dentro do Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2019 – 2023 é R$ 6 bilhões a mais que o previsto na edição anterior do documento, de 2018-2022.
De acordo com o coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Durval Vieira de Freitas, o investimento deve criar 200 empregos diretos para operação de maquinário e sondas, por exemplo, e outros mil indiretos, em toda cadeia de serviços e abastecimento.
“Os poços foram ficando antigos e, por isso, a produção apresentou pequenas quedas. Agora, é necessário perfurar novos poços. O investimento é nesse sentido, incluindo a contratação de sondas e equipamentos especiais. Não necessariamente é a Petrobras que irá contratar pessoas, mas empresas que vão fornecer os serviços.”
Um dos focos do investimento será o Parque das Baleias, na área capixaba da Bacia de Campos, onde uma nova FPSO (sigla em inglês para unidade flutuante de armazenamento e transferência) deve ser instalada até 2023, a fim de otimizar a malha de drenagem e impulsionar a recuperação do segmento. O setor de serviços também será beneficiado. De acordo com o consultor da área de petróleo Evandro Milet, “haverá contratações de fornecedores e serviços, incluindo alimentação, uniformes, saúde, logística, manutenção e, talvez, até parcerias com universidades locais.”
Evandro ressalta que os resultados, num todo, serão positivos, seja pela criação de empregos ou pela importância do Estado em relação ao petróleo. “O Espírito Santo recebe pouco recurso para aplicação em tecnologia, apesar de ter 15% do PIB (Produto Interno Bruto) vindo do petróleo”.
O aumento, segundo especialistas, pode ajudar a retomar o crescimento no setor de petróleo e gás, após período de baixa.
Segundo o Anuário da Indústria de Petróleo no Espírito Santo 2018, produzido pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Estado (Ideies), “entre 2016 e 2017, os empregos do setor de petróleo e gás recuaram 8,4%. A maior queda foi observada no elo de exploração e produção (-12,7%), seguido pela cadeia fornecedora (-3,2%) e abastecimento (-1,4%).”
“As empresas capixabas precisam se capacitar”
Apesar dos benefícios que deverão ser proporcionados ao Estado pelo investimento de R$ 16 bilhões da Petrobras, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado (Sindifer-ES), Lucio Dalla Bernardina, as empresas capixabas precisam se adequar para atender à demanda do setor.
“As empresas que mais serão beneficiadas por esse investimento são as de manutenção, que já prestam serviços. O grande problema é que as empresas do Estado não estão preparadas para atender aos serviços de alta tecnologia que a Petrobras necessita”, disse ele.
E completou: “As empresas capixabas vão ter de se capacitar. O benefício para o Estado é muito grande, mas elas precisam se preparar tecnologicamente.”
Extra de 700 milhões para o Estado
A mudança de gestão de sete plataformas de petróleo, que fica- rão a cargo do Espírito Santo, vai proporcionar receita extra de até R$ 700 milhões ao Estado, de acordo com o coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Durval Vieira de Freitas.
“Três plataformas da Bacia de Campos, de Albacora e Albacora Norte já chegaram e serão administradas aqui. Outras quatro, de Roncador, virão até julho. Cada uma gera R$ 100 milhões em compras para o Estado anualmente. Se desconsiderarmos as seis plataformas que já tínhamos, são cerca de R$ 700 milhões a mais previstos.”
As plataformas FPSO P-50, FPU P-25 e Petrobras XXXI P-31, do Campo de Albacora, passaram à gestão capixaba em 2018. Já as plataformas Petrobras LII P-52, FP-SO P-62, Petrobras LIV P-54 e Petrobras LV P-55, do Campo Roncador, estão previstas para serem transferidas ainda no primeiro semestre deste ano.
“A gestão toda será feita no Estado. E temos também mais um navio da Shell, que já está fazendo perfuração. Esse investimento na bacia capixaba visa a identificação de novos poços na região”, explica.
De acordo com o empresário e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado (Sindifer-ES), Lucio Dalla Bernardina, os benefícios com a mudança de gestão das plataformas e os investimentos previstos serão grandes.
“Todo tipo de empresa, desde prestadores de serviço, de alimentação, de uniformes, será beneficiada. É uma atividade bastante horizontal, como a construção civil, que faz com que tudo ao redor cresça quando há investimento.”
Análise
“MOLA PROPULSORA DA PROSPERIDADE”
Antônio Marcus, economista e professor universitário
“A comercialização de petróleo é uma atividade que merece especial atenção em termos de externalidades, notadamente nas questões ambientais, mas as reverberações positivas têm de ser destacadas.
Agora, por exemplo, a Petrobras configura investimentos na ordem de R$ 16 bilhões. A notícia é excelente, pois uma enorme cadeia de empregos e criação de renda se avizinha.
O investimento é a mola propulsora da prosperidade. Novas unidades como padarias, lanchonetes, supermercados, transportadoras, clínicas, borracharias, oficinas mecânicas e outras tantas atividades surgirão para atenuar a penúria causada pela crise econômica.
O importante será canalizar essa alavanca da prosperidade para reduzir as desigualdades sociais e ampliar a qualidade de vida dos capixabas. Do contrário, ficará não o apito do trem, mas apenas o barulho do mar ou a poeira da terra”.
No dia 07/02, o coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Durval Vieira de Freitas, falou dos investimentos previstos para o setor no Bom Dia ES. Confira:
Caroline Freitas – *Matéria publicada no jornal A Tribuna do dia 10/01/2019.