Ferrovia vai criar mil empregos e atrair empresas para dez cidades
17 de junho de 2019O setor metalmecânico e as novas tecnologias
23 de julho de 2019A realização da 12ª MEC SHOW, prevista para o próximo mês de agosto, reveste-se de características especiais porque tanto quanto consolida um evento bem-sucedido desde a sua concepção também denota a resiliência de um setor que embora a inédita crise que se abateu sobre a economia brasileira nos últimos cinco anos, exibiu flexibilidade e poder de adaptação ao cenário adverso.
A feira já se constitui, à medida em que a estrutura do evento evoluiu com o passar de cada edição, uma das mais expressivas vitrines da cadeia produtiva e arranjos que apresentam as diversificadas linhas de fabricação de produtos e serviços do setor metalmecânico, tanto no que se refere à produção de bens de capital como na proposta de inovação que a tecnologia provocada pela revolução digital alcançou, instituindo novos padrões, redesenhando layouts, criando dispositivos que refletem os avanços da indústria 4.0.
Deve-se frisar que o setor metalmecânico exibe uma trajetória de progressiva evolução dos produtos e serviços, passando de atividades mais elementares, de menor elaboração e valor agregado para a oferta de máquinas, equipamentos, instalações e serviços que tanto atendem novas e complexas demandas quanto embutem a inovação ditada pelo advento das novas tecnologias, da internet das coisas, à robótica e a impressão tridimensional.
O esforço de adaptação a novas demandas ditadas pela tecnologia permite também ao empresariado do setor reunir capital intelectual que lhe permite sair da escala estadual para se firmar como competitivo fornecedor de âmbito nacional. Nesse aspecto, o capital humano constitui-se em diferencial desde que se mostra sintonizado com o advento de uma tecnologia que rompe padrões e paradigmas produtivos e operacionais.
No caso da metalmecânica do Espírito Santo acresce uma vantagem competitiva diferenciada manifestada na localização do Estado, uma proximidade física de grandes mercados que se potencializa pela capacidade técnica desenvolvida pelo parque produtivo. Essa competência se firmou pelo atendimento às exigências das certificações internacionais adotadas pelas grandes plantas industriais que, então, proporcionaram o alavancamento da capacidade operacional para que a nossa metalmecânica ampliasse a participação do conteúdo capixaba no suprimento das grandes plantas de mineração, siderurgia e celulose.
Assim, mais uma edição da MEC SHOW ratifica a vocação do setor que se ampara no espírito empreendedor equipado com uma capacidade de adaptação para confrontar os desafios da atual conjuntura nacional. Esse padrão gerencial, atualizado, somado às experiências de adaptação sinalizam para um cenário promissor.
A feira de certo modo oferece os elementos que permitem aos seus expositores e visitantes se atualizarem para a esperada retomada da economia com a diversidade de marcas de vários fabricantes de muitos estados brasileiros. Um desejável network se oportuniza também com a possibilidade de encontros dos potenciais clientes e fabricantes, que estruturam a sua programação, tais como palestras técnicas, rodadas de negócios, conferências e exposições.
O presente da Indústria 4.0, que já deixou de ser uma visão futura está acessível, também, através dos novos modelos que antecipam a rotina industrial já iminente. A feira se consolida como a indispensável agenda da metalmecânica para o conjunto das pessoas que desempenham atividades estratégicas no setor, como colaboradores, fabricantes, fornecedores, clientes, observadores técnicos e mesmo o público antenado com as várias faces da inovação da indústria.
Lúcio Dalla Bernardina, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer)